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Com milhares de mortos e refugiados, guerra na Ucrânia completa um ano

  • Por Pedro Peduzzi, da Agência Brasil* – Publicado em 24 de fevereiro de 2023

Especialistas ajudam a entender o que está por trás do conflito

Rússia e Ucrânia completam nesta sexta-feira (24) um ano de conflito. Milhares de vidas foram ceifadas, milhões de pessoas tiveram de deixar suas casas para tentar a vida em outros países e milhões de crianças abandonaram as escolas. Verdades e mentiras são espalhadas não apenas pela internet, mas também por fontes oficiais.

Para se ter uma ideia do desencontro de informações, o número de mortos varia, dependendo da fonte, de cerca de 7 mil, segundo a Organização das Nações Unidas (ONU), a mais de 300 mil, de acordo com fontes militares consultadas por mídias europeias.

Em meio a todo esse cenário de dúvidas e incertezas, a Agência Brasil buscou com especialistas e intelectuais referências que possibilitem aos leitores entender o que está, de fato, por trás do conflito.

Professor do Instituto de Relações Internacionais da Universidade de Brasília (UnB), Roberto Goulart Menezes explica que o embate vai muito além de duas nações, o que de certa forma lembra a antiga Guerra Fria, na qual os Estados Unidos (EUA) e a União Soviética se enfrentavam indiretamente, na busca por ampliar áreas de influência em diferentes regiões do planeta.

“Podemos denominar o conflito como uma guerra por procuração, após a Rússia ter violado a soberania territorial e o direito internacional, quando invadiu a Ucrânia em 24 de fevereiro de 2022”, diz o professor. Segundo ele, ao enfrentar a Ucrânia, a Rússia tem um embate “contra a Otan [Organização do Tratado do Atlântico Norte] e contra a principal liderança do grupo: os Estados Unidos, embora não estejam diretamente atuando no conflito”.

“O que está acontecendo, na realidade, não é guerra da Ucrânia. É guerra na Ucrânia. É uma guerra do Ocidente contra a Rússia”, afirma o diretor do Instituto de Politicas Públicas e Relações Internacionais da Universidade Estadual Paulista (Unesp), professor Hector Luis Saint-Pierre.

Temores

Para os especialistas, a situação atual se deve, entre outros fatores, ao temor de avanço da Otan nos países próximos à fronteira com a Rússia, bem como ao receio de avanço de tropas russas em territórios de países vizinhos.

“O ponto inicial foi de expansão da Otan em direção às fronteiras da Rússia. Durante o governo de George Bush, entre 2001 e 2009, os EUA vinham desenvolvendo, por meio da Otan, uma espécie de escudo espacial para tentar neutralizar boa parte dos armamentos da Rússia que pudessem ser utilizados contra países europeus”, afirma Menezes.

A hostilidade, lembra o professor, só cresceu nos últimos 20 anos. “A Rússia até chegou a ter uma parceria especial com a Otan”, mas a situação mudou, sobretudo a partir de 2014, quando invadiu e anexou a Crimeia.

Menezes lembra ainda que o argumento reiteradamente utilizado pelo presidente russo, Vladimir Putin, foi de que, com a expansão da Otan em direção aos países do antigo Leste Europeu, a Ucrânia estava prestes a se tornar membro permanente do grupo liderado pelos EUA.

“Só que a Rússia considera que a Ucrânia na Otan significa a Otan em fronteiras russas, o que inclui o temor de nuclearização do território ucraniano”, completou o professor da UnB.

Para ele, o fato é que a Rússia invadiu a Ucrânia e não esperava a reação do país e o apoio da opinião pública que está recebendo, além do apoio militar. “Desde então, as relações entre Otan/EUA e Rússia tem degringolado cada vez mais”, acrescentou ao classificar a Rússia como “agressora”.

Presidente deposto

Na avaliação do diretor da Unesp, Saint-Pierre, um fator relevante para a situação atual foi o fato de a Ucrânia ter sofrido um golpe de Estado em 2014, após a destituição do presidente eleito Viktor Yanukovych, em meio aos violentos protestos da chamada “Revolução da Dignidade”, iniciada na capital Kiev.

O presidente deposto refugiou-se na Rússia, em meio a acusações de ser responsável pela morte de manifestantes. Foi então instalado um governo interino, com o apoio de grupos de direita. Nas eleições seguintes, em maio de 2014, foi eleito Petro Poroshenko, um político favorável à aproximação da Ucrânia com o Ocidente.

“O golpe de 2014 foi contra um governante eleito que não pretendia entrar na Otan. Por isso, foi golpeado e destituído. A partir daí, foi montada uma estrutura de avanço contra toda cultura russa, na Ucrânia e a na Crimeia, onde está boa parte da base naval russa”, argumentou.

Segundo Saint-Pierre, esse “golpe de Estado” teve o apoio financeiro dos Estados Unidos, “conforme declarado, inclusive, por parlamentares no próprio Congresso norte-americano”. O apoio financeiro acabou por “armar até grupos neofascistas, além de financiar laboratórios de guerra biológica”.

De acordo com Menezes, há, de fato, desde a independência da Ucrânia, a atuação de grupos neonazistas no país. “O Regimento Azov [milicia paramilitar] sempre foi controverso, pois foi fundado por ultranacionalistas e neonazistas ucranianos e atua na Região Leste do país. Mas isso é diferente de afirmar que toda a Ucrânia é fascista ou neonazista, como às vezes dizem os que tentam justificar a agressão”.

Risco nuclear

“O fato é que com sua independência, em 1991, a Ucrânia era o terceiro país no mundo em número de ogivas nucleares, com cerca de 1,9 mil dessas armas. Um acordo em 1994, envolvendo países europeus e os EUA, acabou resultando na transferência das ogivas à Rússia, com a concordância da própria Ucrânia, temendo um acidente nuclear ou mesmo a utilização ilegal desses armamentos por parte de grupos que não fossem do Estado ucraniano”, acrescentou Menezes.

O processo de negociação para a transferência das ogivas incluía garantias de que os limites fronteiriços seriam respeitados. Tratados foram assinados garantindo, de um lado, o respeito às fronteiras e, de outro, o não avanço da Otan nos países do Leste Europeu.

“Naquele momento, o que Putin exigia era plausível, que era o reconhecimento dos pactos tratados. No entanto, a própria Angela Merkel [então chanceler da Alemanha] reconheceu que nunca pensaram em cumprir os pactos, e que eles eram para dar tempo de a Ucrânia se armar e se preparar para criar uma resistência”, detalha Saint-Pierre.

O país então surpreendeu ao eleger presidente, em 2019, um outsider do mundo político: Volodimir Zelensky, um comediante que usava os próprios personagens durante a campanha eleitoral.

O então candidato adotou discursos antissistema, em uma campanha basicamente virtual, por meio de redes sociais. A liderança nas pesquisas de opinião e a eleição foram possíveis graças à rejeição da população a políticos tradicionais do país.

Crimeia

Tanto a Rússia quanto a Ucrânia reivindicavam a região da Crimeia, considerada estratégica pelo seu posicionamento geográfico. A disputa pelo território acentuou ainda mais a crise que já vinha crescendo entre os dois países.

“Os dois países faziam parte da União Soviética, que foi dissolvida em 1991. Antes disso, em 1956, o então presidente da União Soviética era ucraniano: Nikita Krushev, que, na época, cedeu o território da Crimeia para a Ucrânia”, explica Menezes.

Do ponto de vista russo, no entanto, a Crimeia teria muito mais vínculos históricos com a Rússia do que com a Ucrânia.

Em março de 2014, o Parlamento da Crimeia aprovou a entrada do país na Federação Russa – decisão que posteriormente foi aprovada pela população local, em referendo cujo resultado sofreu contestações devido a uma suposta “falta de monitoramento por terceiros”. Mesmo diante de questionamentos, a Crimeia oficializou pedido de adesão à Rússia.

Nesse contexto, o presidente deposto e exilado Yanukovych solicitou à Rússia que usasse forças militares para ajudar o povo ucraniano a “estabelecer a legitimidade, a paz, a lei e a ordem”. Putin, então, obteve, no Parlamento, autorização para assumir o controle da Crimeia.

Sebastopol

O interesse pela região envolve, em especial, o controle do Porto de Sebastopol, que além de valor histórico e turístico, tem localização estratégica, uma vez que é a principal base para a frota russa no Mar Negro, possibilitando acesso direto ao Mediterrâneo.

O porto é bastante utilizado para o transporte de gás natural, bem como para o escoamento de produção, em especial de “recursos minerais metálicos, energéticos e grãos”, disse Menezes.

“Se somarmos a incorporação da Ucrânia aos territórios de Donetsk, Donbass [no Leste ucraniano] e de outras áreas coladas a essas províncias, já temos cerca de um quinto do território ucraniano tomado à força pela Rússia”, acrescenta o professor.

Economia

Professor de Relações Internacionais do Instituto Brasileiro de Mercado de Capitais (Ibmec), Ricardo Caichiolo explica que o conflito entre Rússia e Ucrânia resultou em “modificação significativa no cenário geopolítico mundial”, o que, segundo ele, acabou por se refletir, também de forma significativa, na economia mundial, “com aumento dos preços de forma generalizada”.

“Praticamente o mundo inteiro passa por um processo inflacionário em suas economias internas, com aumentos nos preços de alimentos e do petróleo”, disse. “E a questão energética está muito sensível, principalmente na Europa, que ainda passa por um inverno, com problemas no fornecimento de gás que vinha da Rússia”, afirmou, referindo-se ao corte no fornecimento de gás russo para a Europa.

Brasil

O Brasil também sentiu os efeitos da guerra em sua economia. “Obviamente fomos e continuamos impactados pelo conflito”, diz Caichiolo.

“Houve aumento da inflação e, então, medidas foram tomadas, comoo  aumento significativo da taxa de juros, o que causa impacto negativo no aumento da produção e no desenvolvimento das atividades econômicas dentro do país”.

“Em termos geopolíticos, o Brasil, ao longo do governo anterior [o de Jair Bolsonaro], se manteve com discurso relativamente neutro e, em alguns momentos, sinalizando apoio à Rússia para a garantia de envio de fertilizantes”, acrescentou, referindo-se à movimentação do então presidente em favor do interesse do agronegócio brasileiro.

Na opinião de Roberto Menezes, da UnB, “o Brasil não é neutro nesse conflito”. “O então presidente Jair Bolsonaro inclusive tomou o lado do mais forte, que é o da Rússia. Fomos muito comedidos quando era para condenar a invasão do território ucraniano. Tanto é que Bolsonaro não esteve na Ucrânia. Ele poderia ter saído da Rússia e ido à Ucrânia naquele momento em que a guerra não havia começado ainda. Mas preferiu sair de Moscou e foi direto à Hungria encontrar-se com seu aliado da extrema direita, Viktor Orbán”.

Governo Lula

Já o governo Lula, segundo Menezes, adotou posição de condenação do conflito, mas mantendo “equidistância, exatamente para defender [a instituição de] um clube da paz”. Lula tem defendido publicamente a criação de um grupo, formado por países não envolvidos na guerra, para mediar uma saída pacífica para o conflito.

“O que ele está defendendo não é um voluntarismo do Brasil, mas que a diplomacia volte ao primeiro plano nesse conflito. E que, pela via diplomática, envolvendo países como Índia, Turquia, México, Indonésia e China, tenhamos pelo menos a possibilidade de abrir uma mesa de negociação entre Rússia e Ucrânia”, afirmou.

Menezes diz acreditar que o Brasil possa, de fato, ter um papel que vá além de mediador, “podendo contribuir, enquanto potência média, para, pelo menos, tentar equalizar alguns pontos, tanto da Rússia quanto da Ucrânia”, com a ajuda do grupo.

Ele lembrou que o Brasil optou por não enviar armamentos. “Isso mostra a posição do país, até este momento diplomático, de reiterar aquilo que fez em 1991 na Guerra do Golfo, quando o então presidente Fernando Collor manifestou posição contrária à guerra. Em 2003, na Guerra do Iraque, e agora, no atual conflito, Lula adotou a mesma posição”, complementou.

  • *Colaborou Lucas Pordeus Leon – Repórter da Rádio Nacional

China quer relação “ganha-ganha” com a Rússia, diz diplomata chinês em Moscou

  • Por CNN, publicado em 22 de fevereiro de 2023

Visita de Wang Yi à Rússia é observada de perto pelo Ocidente em meio a tensões na Ucrânia

O principal diplomata da China, Wang Yi, disse ao ministro das Relações Exteriores da Rússia, Sergey Lavrov, nesta quarta-feira (22) que Pequim “perseguirá firmemente uma política externa independente e autônoma”. O diplomata também se encontrou com Vladimir Putin.

Wang Yi disse que “sob a liderança estratégica” do presidente chinês, Xi Jinping, e do russo, Vladimir Putin, o relacionamento entre os dois países “continua a operar em alto nível”.

A China “insistirá em promover uma estratégia aberta de benefício mútuo e situação ganha-ganha”, disse Wang, acrescentando que a China está “disposta a manter o bom desenvolvimento de nosso novo tipo de relações de grande potência com a Rússia”, não importa o quão mudanças climáticas internacionais.

A viagem de Wang a Moscou foi observada de perto no Ocidente, em meio a preocupações de que a proximidade contínua entre as duas nações pudesse afetar a guerra na Ucrânia.

Embora a China tenha reivindicado imparcialidade sobre a invasão da Ucrânia pela Rússia, ela se recusou a condenar Moscou e repetiu as falas do Kremlin culpando a Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan) por provocar o conflito.

“Exploraremos persistentemente um caminho de desenvolvimento que esteja de acordo com nossas respectivas condições nacionais”, disse Wang na quarta-feira.

Ele acrescentou que a China “abrirá novas perspectivas e injetará novas conotações na cooperação da China com outros países, incluindo a Rússia, por meio do processo de modernização no estilo chinês”.

Wang disse que ambos os países “defendem o multilateralismo, se opõem resolutamente a qualquer ação unilateral e hegemônica e salvaguardam inabalavelmente nossos respectivos interesses de segurança e desenvolvimento”.

 

EUA pedem que seus cidadãos deixem Rússia imediatamente por temores de segurança

  • Por Estadão Conteúdo, no site Exame, publicado em 13 de fevereiro de 2023

Desde a invasão da Ucrânia, há quase um ano, os EUA têm pedido repetidamente a seus cidadãos para que deixem a Rússia

Os Estados Unidos pediram a seus cidadãos que deixem a Rússia imediatamente devido à guerra na Ucrânia e ao risco de prisão arbitrária, além do assédio por parte das agências policiais russas.

O alerta constou em um comunicado divulgado pela Embaixada dos EUA em Moscou, noticiado pela agência de notícias Reuters. “Cidadãos americanos que residem ou viajam na Rússia devem partir imediatamente”, afirma o comunicado. “Exercite maior cautela devido ao risco de detenções injustas.”

Desde a invasão da Ucrânia, há quase um ano, os EUA têm pedido repetidamente a seus cidadãos para que deixem a Rússia. O último aviso público foi em setembro, depois que o presidente Vladimir Putin ordenou uma mobilização parcial de tropas. “Não viaje para a Rússia”, alerta a embaixada.

“Os serviços de segurança russos prenderam cidadãos americanos sob acusações espúrias, apontaram cidadãos americanos na Rússia para detenção e assédio, negaram-lhes tratamento justo e transparente e os condenaram em julgamentos secretos ou sem apresentar provas credíveis”, alertou a embaixada.

“As autoridades russas impõem arbitrariamente as leis locais contra trabalhadores religiosos cidadãos americanos e abriram investigações criminais questionáveis contra cidadãos americanos envolvidos em atividades religiosas.”

A Rússia abriu um processo criminal contra um cidadão dos EUA por suspeita de espionagem, informou o Serviço Federal de Segurança (FSB) em janeiro.

Prisioneiros americanos

Em dezembro, a jogadora de basquete Brittney Griner, bicampeã olímpica com os EUA, foi libertada pelo governo da Rússia após uma troca de prisioneiros com a Casa Branca. Viktor Bout, traficante de armas russo que cumpria uma sentença de 25 anos nos EUA e que já ganhou o apelido de “Mercador da Morte”, foi enviado ao país europeu.

Outro americano que não fez parte da troca de prisioneiros de dezembro continua preso na Rússia. Paul Whelan é um ex-fuzileiro naval dos EUA que foi preso por suspeita de espionagem em Moscou em 2018 e condenado a 16 anos de prisão. O governo Biden diz que ‘nunca desistirá’ da libertação de Whelan.

 

Dois jatos supersônicos nucleares russos fazem manobras perto do Reino Unido

  • Por O Globo — Londres, postado em 15 de fevereiro de 2023

Sobrevoos ocorrem poucas horas após Vladimir Putin posicionar outra aeronave, considerada estratégica, sobre o Mar de Bering, diz imprensa britânica

Dois jatos supersônicos nucleares de bandeira russa foram vistos sobrevoando os céus próximo ao Reino Unido nesta quarta-feira. Os registros ocorrem poucas horas após o presidente da Rússia Vladimir Putin posicionar uma outra aeronave, considerada estratégica, sobre o Mar de Bering, localizado próximo ao espaço aéreo americano.

Segundo o jornal inglês The Sun, a aeronave seria um Tu-160 White Swan, um “bombardeiro estratégico multimissão projetado para operações que vão desde velocidades subsônicas e baixas altitudes até velocidades acima de Mach 1” (cerca de 1.234 km/h).

Ainda segundo a publicação, as medidas são vistas como um alerta para o Ocidente, uma vez que a Rússia se prepara para comemorar um ano da invasão na Ucrânia, em 24 de fevereiro do ano passado. Nesta terça-feira, o Ministério da Defesa da Rússia já havia confirmado que dois aviões patrulharam o mar da Noruega e de Barents em uma missão de 13 horas, que incluiu abastecimento em voo.

Duas aeronaves de outro modelo, o Tu-95 “Bear”, de bandeira russa, voaram perto do Alasca acompanhados por 30 caças russos também nesta terça-feira. Em resposta, caças foram enviados pela Otan na tentativa de interceptar três aeronaves militares russas perto da fronteira do país com a Polônia.

Usados nesta terça-feira, o Tu-160 (Blackjack, para a Otan), é um bombardeiro estratégico russo supersônico ainda da era soviética. Segundo o site especializado Nuclear Forces Guide, o modelo tem “dois compartimentos de armas podem acomodar diferentes cargas específicas de missão, incluindo mísseis estratégicos de cruzeiro, mísseis guiados de curto alcance, bombas nucleares e convencionais e minas”.

As operações de teste feitas pela Força Aérea russa começaram em 1987, com a produção em série sendo conduzida na Associação de Aviação de Kazan. As asas de geometria variável (de 20 graus até 65 graus de inclinação) permitem que o jato voe em velocidades supersônicas e subsônicas.

A aeronave possui quatro motores NK-32 TRDDF, de 25 mil kgf/cm2 e conta com uma série de itens para reduzir a percepção do veículo por detectores de infravermelho e radar. O TU-160 também pode transportar até 12 mísseis do tipo Kh-55 de longo alcance e mísseis Kh-15 de curto alcance.

Ainda segundo o Nuclear Forces Guide, o jato tem compartimentos de armas que podem acomodar diferentes cargas, transportando “desde bombas nucleares e regulares até bombas de 1500 kg”, embora não esteja equipado com armamento de artilharia.

Ucrânia oferece ajuda à Turquia mesmo em guerra contra a Rússia

  • Por Uol, postado em 07 de fevereiro de 2023

O anúncio foi feito hoje pelo presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, após telefonema de condolências ao líder turco, Recep Tayyip Erdogan

O terremoto de magnitude 7,8 na escala Richter, que atingiu tanto a Turquia quanto a Síria, já matou mais de 7 mil pessoas nos dois países.

“Falando para Erdogan, expressei condolências pela tragédia que se abateu sobre o povo devido aos terremotos. Comuniquei a decisão de enviar um grupo de socorristas e equipamentos de Ucrânia para a Turquia para ajudar na superação do rescaldo. Eles chegarão em breve em regiões afetadas”.
Volodymyr Zelensky

Guerra contra Rússia

A ajuda humanitária ucraniana será oferecida pelo país, que, atualmente, está em conflito sangrento contra os russos.

Em agosto, a Turquia declarou publicamente que estava do lado da Ucrânia na guerra contra a Rússia, mesmo Erdogan se aproximando do presidente russo, Vladimir Putin.

O tremor de magnitude 7,8 graus na escala Richter, que ocorreu antes do nascer do sol, foi o pior a atingir a Turquia neste século. O terremoto foi seguido por outro grande tremor de magnitude 7,7.

Os abalos derrubaram prédios residenciais inteiros em cidades turcas e causaram devastação também para milhões de sírios deslocados por 11 anos de guerra civil no país.

Em Diyarbakir, no Sudeste da Turquia, uma mulher falando ao lado dos destroços do prédio de sete andares onde ela morava disse: “Fomos balançados como um berço. Éramos nove em casa. Dois filhos meus ainda estão nos escombros, estou esperando por eles.” Ela estava com um braço quebrado e tinha ferimentos no rosto.

“Foi como o apocalipse”, disse Abdul Salam al-Mahmoud, um sírio da cidade de Atareb, no Norte do país. “Está muito frio e chove forte, e as pessoas precisam ser salvas.”